A conspiração alimentada pela ganância de um traidor 1n6k3f

Na Grande Ilha traíra ou a ser vendida como bacalhau 3v5p37

Na política, a traição raramente vem com um punhal. Vem com tapinhas nas costas, juras de lealdade e um sorriso bem treinado, pronto para qualquer foto de inauguração. E foi exatamente assim que começou uma das tramas mais sórdidas da política recente da região metropolitana de São Luís — entre uma missa e uma maleta. 50494v

De um lado, o vice-prefeito — um sujeito cheio de tiques nervosos, sorridente, brincalhão, com um ar de ingenuidade, daqueles que enganam no primeiro aperto de mão. Mas, por trás da aparência inofensiva, escondia uma suposta dívida superior a R$ 4 milhões. Há quem afirme que o valor ultrae os R$ 8 milhões, tudo com um agiota amplamente conhecido pela sociedade maranhense e, talvez, nacionalmente. Do outro, seu irmão, um neófito da política, com vocação duvidosa para a santidade e uma campanha milionária, supostamente financiada com dinheiro oriundo da agiotagem.

Não faltaram bênçãos nem bandeiras. O desconhecido rezava no altar da igreja; o irmão, no altar das dívidas — fazendo promessas que nem os santos teriam coragem de aceitar.

O beijo de Judas

A relação entre o prefeito e seu vice era marcada por confiança cega — ou ingenuidade absoluta. Na campanha, marcharam lado a lado, bandeiras erguidas, palanques compartilhados. O que poucos sabiam era que, enquanto pedia votos para o chefe, o vice escondia outro plano no bolso da camisa e uma dívida na manga: utilizava o mesmo palanque e o mesmo suor, mas o dinheiro de um suposto agiota, para financiar, às escondidas, a campanha do próprio irmão, no município vizinho.

Dois discursos, dois destinos, uma só ambição. Enquanto o povo via união, ele arquitetava traição.

Vieram as urnas, e o resultado foi um verdadeiro jackpot político: prefeito reeleito, vice empossado, irmão do vice eleito vereador. A consagração da santíssima trindade do oportunismo. Mas o que parecia um final feliz era, na verdade, o início de um roteiro escrito com tinta invisível e muito ressentimento.

O fogo amigo

Com a caneta do gabinete e a chave do cofre em mãos, o vice iniciou a segunda fase do plano: provocar um desgaste lento, cotidiano e silencioso contra o prefeito. Um fogo amigo calculado, travestido de indignação popular, mas com o forte cheiro da sabotagem interna. A população mal percebia que o barulho nas redes sociais, os vídeos anônimos e as manchetes suspeitas eram orquestrados de dentro da própria prefeitura.

O golpe não vinha de fora — era doméstico, íntimo, sorrateiro.

O cúmplice invisível

Por trás da cortina de fumaça, havia uma engrenagem. O motor dessa máquina era a Secretaria de Comunicação, entregue ao vice-prefeito, que indicou a titular da pasta e ou a utilizar a estrutura pública como central de guerra suja.

Em vez de informar, a secretaria ou a desinformar. Em vez de promover o governo, ou a corroê-lo internamente. Com memes, páginas fantasmas, perfis supostamente pagos, vídeos manipulados e robôs estrategicamente posicionados, instauraram uma tempestade digital. Seria o prefeito contra o povo? Não. Era o vice contra o prefeito — disfarçado de povo.

O cerco e o contragolpe

A primeira faísca do plano acendeu quando o prefeito começou a perceber um calor estranho nos bastidores da própria gestão. Algo cheirava mal — e não era o esgoto, era o gabinete. Diante de contratos mal explicados, movimentações suspeitas e decisões travadas por dentro, o prefeito tomou uma decisão ousada: assumiu, por completo, o comando do município.

Centralizou a gestão financeira, os contratos, os processos e, principalmente, as rédeas políticas de um barco que navegava com o casco furado. O que era para ser uma co-gestão virou governo de um só.

Escanteado, o vice sentiu o golpe. Tentou manter-se no jogo não pelo diálogo, mas pelo boicote. Aliados seus — ainda alocados em pastas estratégicas — iniciaram uma sabotagem institucional: atrasos, sumiços, entraves burocráticos. Tudo meticulosamente planejado para provocar o caos, gerar crise, e criar a ilusão de que o prefeito havia perdido o controle.

A estratégia era rasteira: montar um cenário em que o vice reaparecesse como indispensável, o salvador da pátria — a mesma que ele ajudou a incendiar. Mas o plano esbarrou na realidade.

O prefeito, em vez de ceder, resistiu.

Demonstrou uma resiliência que poucos esperavam. Reuniu aliados que não vendiam a consciência — nem por cargo, nem por conveniência, nem por dinheiro. E muito menos por poder. ou a desconfiar até dos supostos aliados. E mesmo com areia no motor, fez a prefeitura voltar a andar.

O que seria a consagração do vice virou sua exposição. Os sabotadores começaram a perder espaço. Os “fiéis do caos” aram a ser notados — não pela lealdade, mas pela inutilidade e pela incompetência profissional.

A cidade não parou. Ainda que lentamente, continuou em movimento. E, ao contrário do que o vice imaginava, a população começou a perceber que ele não era uma peça indispensável — era apenas a engrenagem do caos, útil apenas para sabotar e parecer necessário.

Mesmo com os prejuízos causados — istrativos, contábeis, financeiros e até culturais — o prefeito, com paciência, resiliência e trabalho, vem conseguindo resgatar a credibilidade do município, da gestão e, sobretudo, das pessoas.

E nós do G7, atentos 24h, acompanharemos os próximos capítulos dessa trama. Porque, ao que tudo indica, ela ainda está muito longe do fim.

Por João Filho – Jornalista, Radialista e Pesquisador.

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