SÃO LUÍS-MA

Bloco Carnavalesco vai torrar R$ 12 milhões na organização do São João da Prefeitura de São Luís 3f3m1v

Mais uma vez, gestão de Eduardo Braide entrega evento milionário a entidade de fachada, sem histórico na realização de grandes festas 1mm6w

A gestão do prefeito Eduardo Braide (PSD) volta a protagonizar uma contratação polêmica na área da cultura. Desta vez, o escolhido para comandar o São João 2025 de São Luís foi o bloco carnavalesco Banda do Galo, também conhecido pelo nome fantasia BG Artes, conforme registrado na Receita Federal. A entidade funciona em uma modesta residência localizada na Rua Félix Pacheco, nº 23, no bairro Lira, região central da capital maranhense, sem qualquer histórico comprovado na organização de eventos de grande porte. o696x

O contrato, no valor de R$ 12.078.654,00 (doze milhões, setenta e oito mil, seiscentos e cinquenta e quatro reais), é resultado do Chamamento Público nº 002/2025, conduzido pela Secretaria Municipal de Cultura (Secult). De acordo com dados da Receita Federal, a BG Artes não possui registro de atividade compatível com a realização de eventos culturais. Ainda assim, foi declarada vencedora do processo e contratada para executar o principal ciclo festivo do calendário oficial da cidade.

O comando da Associação Alternativa e Recreativa Sociocultural BG Artes, Músicas e Danças está nas mãos de nomes desconhecidos do setor cultural: Ednaldo dos Anjos Pereira, Manoel Santana da Silva Neto, Henrique de Jesus Dias dos Santos, Michel Areia de Sousa, Cecilio Sousa Pimenta e o presidente Carlos Oliveira Souza Pimenta. Nenhum deles possui histórico público relacionado à organização de grandes eventos ou à gestão de recursos dessa magnitude.

Apesar da ausência de comprovação técnica, a associação será responsável por toda a programação oficial do São João de São Luís, incluindo o Arraial da Praça Maria Aragão, o São João nos Bairros, o São João da Prefs, a programação da Praia Grande e até o São Luís Gospel.

A repetição de rees milionários a entidades sem estrutura técnica levanta suspeitas cada vez mais recorrentes sobre a política de cultura adotada pela gestão Braide. Desde o início do mandato, entidades como Vovó Eugênia, Vovó França, Juju & Cacaia, Boi de Itapera e Boi de Maracanã também receberam altos valores para organizar festas, sem que a Prefeitura exigisse experiência comprovada ou transparência nos processos.

Pior ainda: em diversos desses contratos, há denúncias de que os cachês dos artistas foram pagos antes mesmo da formal dos acordos entre a Prefeitura e as ONGs — o que configura uma grave irregularidade, compromete a lisura dos trâmites e alimenta a desconfiança popular.

A pergunta que ecoa é inevitável: até quando o Ministério Público e o Tribunal de Contas vão tolerar essa lógica de terceirização milionária a entidades de fachada, que transformam o fomento cultural em um verdadeiro balcão de negócios?

A contratação da BG Artes representa mais um teste de fogo para os órgãos de controle. A julgar pelas práticas anteriores, não basta esperar pelos arraiais: é preciso investigar os bastidores com urgência — antes que a festa vire escândalo.

Mostre mais

João Filho 492z6h

Artigos Relacionados 104w63

Deixe um comentário Cancelar resposta 2s3d5e

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo