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De vice a traidor: o império de vaidade de Natércio Santos ruiu diante de todos g5w1s

Artigo escrito e publicado por João Filho - Jornalista, Radialista e Pesquisador 5r1w18

Durante muito tempo, em São José de Ribamar — terceira maior cidade do Maranhão — um nome cresceu nas sombras da máquina pública até se tornar um fantasma nos corredores do poder: Natércio Santos, o vice-prefeito eleito em 2024. Inicialmente projetado como um técnico promissor, hoje é lembrado como símbolo de vaidade política, desorganização istrativa e traição institucional. 4i192i

Conhecido nos bastidores como “Natércio 30” — número que virou sua marca nas urnas — ele ascendeu impulsionado pela força eleitoral do prefeito Dr. Julinho. Foi apresentado como o “solucionador de problemas”, o gestor técnico e eficiente que assumiria as finanças da cidade com responsabilidade. Mas o que entregou foi um rastro de dívidas, contratos rompidos, servidores desmotivados e prejuízos aos cofres públicos.

Ao lado de seu braço-direito, o então secretário de Finanças André Siqueira, Natércio arquitetou uma verdadeira engenharia de endividamento institucional. Enquanto a população clamava por ruas transitáveis e escolas funcionando, empresas prestadoras de serviço ficaram entre 6 e 12 meses sem receber. A prefeitura se tornou um campo de guerra: fornecedores quebrados, contratos paralisados, obras abandonadas. Tudo isso para sustentar o que alguns chamam de istração “dinástica”, onde os interesses públicos eram subjugados aos pessoais e familiares.

Mas o plano era mais ambicioso.

Nos bastidores, Natércio montou um verdadeiro bunker político, operando dentro e fora da prefeitura como se estivesse à frente de um governo paralelo. Casas de apoio tornaram-se centros de seu projeto de poder, onde servidores nomeados eram desviados de função para atuar exclusivamente para ele — cuidando de tarefas pessoais, articulando campanhas fora de Ribamar e zelando por sua imagem pública e negócios particulares.

Mais que isso: usava a estrutura da prefeitura para nomear aliados com o único objetivo de fazer favores, agradar grupos e garantir apoio silencioso dentro e fora do município. Era uma rede oculta de nomeações estratégicas, muitas vezes escondidas do prefeito, usada como moeda de troca para influências e construção de lealdades artificiais. Uma engrenagem movida pela politicagem, não pela gestão.

Essa teia de cargos e favores virou o alicerce de um império político pessoal, onde a máquina pública foi instrumentalizada para fins privados — e o povo, mais uma vez, ficou em último lugar.

Enquanto o município afundava em dívidas e omissões, Natércio se utilizava da imagem do prefeito para alavancar sua própria influência. Comandou uma narrativa paralela: dizia ser o verdadeiro arquiteto da vitória de Dr. Julinho, o cérebro por trás da reeleição. Afirmava, nos bastidores, que sem ele, Julinho não teria voltado ao cargo. E, com esse discurso, usou a estrutura da prefeitura para eleger seu próprio irmão, Raimundo Júnior, vereador em São Luís — uma jogada calculada, cujos efeitos colaterais começam a aparecer.

Juntos, os irmãos aram a operar articulações paralelas, tentando desestabilizar o grupo político que os acolheu. Minaram a imagem do prefeito e fragilizaram sua base política, cooptando lideranças locais e vereadores que, ao que tudo indica, desprezam o prefeito e se venderam por um projeto pessoal. Uma construção de poder sustentada não por ideais, mas por conveniências.

Mas o tempo cobra. E cobra caro.

Durante muito tempo, o prefeito Dr. Julinho — chamado de “Doutor” pelo grupo de Natércio como forma de bajulação e conveniência — permaneceu confiante. Dormiu. E foi traído.

Quando despertou, percebeu que tudo aquilo que construiu em anos de vida pública havia sido usado, desmontado e descartado por alguém que nunca pensou na cidade — apenas em si. Natércio ergueu um império às custas da reputação e imagem do prefeito. Usou a confiança como ferramenta, a estrutura como escada e a boa-fé como moeda.

Hoje, o prefeito tem uma missão: reverter o caos e os estragos deixados por Natércio e seu grupo.

Mais do que isso: lutar contra aquele que foi seu pupilo — e que agora se torna um aliado do ex-prefeito Luiz Fernando.

Um movimento político inesperado, que transforma o antigo protegido em opositor, e une dois nomes que já estiveram em lados opostos da história de Ribamar. O embate agora é não só istrativo, mas também simbólico — e pessoal.

Mas essa movimentação não surpreende quem conhece os os de Natércio Santos.

A aproximação com Luiz Fernando, antes rival, repete um padrão recorrente do vice-prefeito: aliar-se a antigos adversários desde que isso sirva aos seus projetos de poder.

Foi assim também com o governador Carlos Brandão, e com seu irmão, Marcos Brandão — com quem Natércio buscou proximidade, articulação e influência, mesmo após enfrentamentos anteriores.

Agora, repete o feito com o algoz do prefeito Dr. Julinho, num giro completo de conveniência política.

Na história de São José de Ribamar, o reinado prematuro de Natércio não será lembrado por liderança, competência ou espírito público.

Será lembrado como o tempo em que a vaidade e a ambição traíram aquele que lhe deu oportunidade.

Ele se achava um imperador. Mas, no fim, acabou nu. E à vista de todos.

Por João Filho – Jornalista, Radialista e Pesquisador

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