Interdição da MA-014 é reflexo do abandono das estradas no Maranhão 292i6p
Enquanto população protesta nas estradas, base governista segue defendendo a gestão estadual na Assembleia Legislativa 6q1p

A interdição da MA-014 nesta segunda-feira (9), na altura do município de São Bento, expôs mais uma vez a precariedade da malha rodoviária estadual e o sentimento de abandono por parte dos moradores da Baixada Maranhense. Caminhoneiros e moradores bloquearam a rodovia em protesto contra as péssimas condições da pista, queimando pneus e interrompendo o tráfego, como forma de chamar atenção para o problema. 5n1l66
A MA-014 é uma das principais vias de ligação entre os municípios de Pinheiro e Vitória do Mearim, ando por cidades como Peri Mirim, Palmeirândia, São Bento, São Vicente Ferrer, Matinha, Olinda Nova e Viana, além de dar o a Bacurituba, São João Batista, Cajapió, Penalva, Cajari e Pedro do Rosário. Trata-se de um corredor estratégico para a economia da região dos Lagos e da Baixada, hoje marcado por buracos, crateras, lama e risco de acidentes.
A situação não é nova. Moradores e lideranças locais denunciam há meses o descaso do governo estadual com a manutenção da estrada. A exemplo da MA-106, que liga Santa Helena ao terminal do Cujupe, também em situação crítica, a MA-014 virou um símbolo do abandono da infraestrutura viária no Maranhão.
Mesmo diante de protestos e interdições sucessivas, o governo Carlos Brandão ainda não apresentou uma solução definitiva para as rodovias da região. Apesar disso, a maioria dos deputados estaduais segue em silêncio ou defende a atual gestão na tribuna da Assembleia Legislativa, ignorando os apelos da população e as imagens que circulam diariamente nas redes sociais mostrando o estado das estradas.
As críticas ao governo também se estendem à falta de execução orçamentária com recursos próprios. Mesmo com arrecadação recorde de R$ 7 bilhões a mais em 2024, segundo dados da Secretaria da Fazenda, o governo estadual pouco investiu na recuperação das rodovias da Baixada. Grande parte das ações visíveis, são os famosos tapa buracos, que engordam a conta da Edencosil e causam prejuísos aos motoristas.
No centro das críticas está também a tentativa do Palácio dos Leões de projetar o sobrinho do governador como futuro candidato ao governo, levantando o debate sobre o “filhotismo” político e a continuidade de um modelo de gestão que tem falhado em áreas básicas como saúde, educação e infraestrutura.
Enquanto isso, a população maranhense continua enfrentando estradas esburacadas, falta de medicamentos nas farmácias básicas, escassez de leitos hospitalares e escolas com estrutura deficiente. O contraste se torna mais evidente quando se observam os gastos do governo com festas, eventos e privilégios destinados a aliados políticos.
As rodovias estaduais, especialmente na Baixada, se tornaram o retrato do que muitos chamam de prioridade invertida. E o povo, mais uma vez, é quem paga a conta — com pneus queimados, paralisações e protestos por dignidade.