PERI MIRIM-MA

Posto de Combustível de São Bento ganha contrato de R$ 4,5 milhões na Prefeitura de Peri-Mirim

Gestão do prefeito Heliezer Soares vai comprar 747 mil litros de combustíveis de um posto a 25 km de distância; contrato levanta suspeitas

Na istração do prefeito Heliezer Soares, em Peri-Mirim, os contratos firmados pela Prefeitura continuam despertando desconfiança — até a São Sebastião, santo padroeiro da cidade. Depois da polêmica envolvendo a compra de quentinhas e lanches no valor de R$ 324 mil, denunciada pelo vereador Matheus de Galinha Branca, agora surge mais um contrato milionário que chama atenção pelo volume e pelas circunstâncias.

O mais novo episódio envolve a contratação do Posto Vitória II Ltda, localizado no povoado São Roque, zona rural do município de São Bento, a aproximadamente 25 km da sede de Peri-Mirim, mesmo na Receita Federal o posto tenha endereço de São Roque – Palmeirândia. O posto foi contratado para fornecer 747 mil litros de combustíveis — gasolina comum e óleo diesel S10 — ao valor total de R$ 4.509.212,79 (quatro milhões, quinhentos e nove mil, duzentos e doze reais e setenta e nove centavos).

O volume contratado representa mais de 747 toneladas de combustível, o que levanta dúvidas sobre o real consumo da frota do município. A empresa tem como sócios João Haroldo Soares e Raquel de Jesus Ramos, com capital social declarado de apenas R$ 200 mil, valor suficiente para comprar cerca de 33 mil litros — ou seja, menos de 50% do total contratado pela Prefeitura.

Suspeitas em série

Essa contratação acontece pouco tempo depois da revelação de que a chefe de gabinete do prefeito, Maria Isys Holanda da Silva, teria supostamente montado um posto de combustíveis em Pinheiro, o “Posto Holanda”, apontado por denúncias como pertencente a ela. Isys seria ex-esposa de Daniel Corrêa, identificado como um dos possíveis lobistas e operadores da atual gestão municipal.

O caso reforça a necessidade de maior fiscalização dos contratos públicos e levanta questionamentos sobre os critérios adotados pela Prefeitura de Peri-Mirim na escolha de fornecedores. Com um município pequeno e uma frota limitada, o volume contratado e a distância do fornecedor causam estranheza até mesmo entre os vereadores da base aliada.

Além do alto valor e do percurso que os veículos precisarão fazer até São Bento para abastecer, não há informações públicas sobre um eventual posto de abastecimento interno da Prefeitura ou se haverá algum tipo de controle de consumo e quilometragem para evitar desperdício ou desvio de combustíveis.

R$ 4,5 milhões em gasolina e óleo diesel: quem vai fiscalizar?

O contrato firmado com o Posto Vitória II não especifica detalhadamente o cronograma de entrega ou a divisão entre gasolina e diesel, tampouco a quantidade destinada para cada secretaria ou serviço público. Sem transparência e fiscalização rigorosa, contratos como esse correm o risco de se tornarem instrumentos de desvio de recursos públicos, prática comum em gestões que tratam a máquina pública como propriedade pessoal.

Enquanto isso, serviços básicos em Peri-Mirim seguem enfrentando dificuldades, e a população se pergunta: para onde vai tanto combustível? E quem está realmente se beneficiando com esse contrato?

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