Revista Piauí mostra que Fred Campos teria recebido R$ 1 milhão de idenização paga pela Vale a pescadores 3c3a1c
Prefeito de Paço do Lumiar já foi indiciado por suposto desvio no Banco do Nordeste 5r1h55

O prefeito de Paço do Lumiar, Frederico de Abreu Silva Campos – o Fred Campos (PSB) – voltou a ser citado em um escândalo de grande repercussão, desta vez envolvendo a mineradora Vale. De acordo com reportagem da Revista Piauí, publicada na última quinta-feira (3), Campos teria recebido R$ 1 milhão em transações consideradas suspeitas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 6q4i2h
A nova denúncia se soma ao indiciamento anterior de Fred Campos pela Polícia Federal, no âmbito de um suposto esquema de corrupção envolvendo a liberação de R$ 18 milhões do Banco do Nordeste para o pagamento de honorários advocatícios — em que ele é apontado como beneficiário de venda de sentenças no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).
O caso Vale
Segundo a reportagem, o processo judicial contra a Vale teve início em dezembro de 2009, quando os advogados maranhenses Wolmer de Azevedo Araújo e Arão Mendes de Melo ingressaram com ações representando 110 pescadores da Praia do Boqueirão, em São Luís. Eles alegavam que a construção de um píer da mineradora prejudicava diretamente a atividade pesqueira da região.
O grupo de pescadores, de acordo com a ação, teria sido submetido a “violência moral e psíquica”, sendo “impedido de trabalhar, de pescar, de viver”. Por isso, os advogados solicitaram à Justiça indenizações por danos morais e materiais, além de pensões mensais.
Liberação suspeita e movimentações financeiras
Em março de 2015, o juiz auxiliar Clésio Coelho Cunha autorizou a liberação dos valores depositados pela Vale na conta judicial, ignorando decisão anterior do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O montante, corrigido, chegou a R$ 8,3 milhões. No mesmo dia, os advogados realizaram o saque de R$ 9 milhões em espécie em uma agência do Banco do Brasil, segundo relatório do Coaf.
Desse valor, R$ 7,1 milhões foram transferidos para uma conta de Nívea Azevedo, esposa de Wolmer. Outros R$ 900 mil foram entregues, via cheques, aos irmãos Arnaldo e José Helias Sekeff do Lago, o último então lotado no gabinete do deputado estadual Edilázio Júnior (PSD-MA). O restante — R$ 1 milhão — foi reado ao advogado Frederico de Abreu Silva Campos, o atual prefeito de Paço do Lumiar.
À época, o pai de Fred Campos era assessor de Edilázio, que, por sua vez, é genro da desembargadora Nelva Sarney, ex-presidente do TJMA. O caso se tornou ainda mais delicado por envolver personagens com influência direta no Judiciário maranhense.
Indiciamentos e suspeita de venda de sentenças
Em fevereiro deste ano, Fred Campos, Edilázio Júnior e os irmãos Sekeff foram formalmente indiciados pela Polícia Federal por envolvimento em um suposto esquema de venda de decisões judiciais no Maranhão. As investigações apontam um possível conluio entre advogados, servidores públicos e magistrados para liberar valores milionários em processos de interesse privado.
Repercussão
A denúncia levanta novas preocupações sobre a integridade do sistema de justiça maranhense e o uso de recursos judiciais para fins escusos. O caso está sendo acompanhado de perto por órgãos de controle, como o Coaf, e pode ter novos desdobramentos nos próximos dias.
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