Caminhoneiros vão interditar MA-106, estrada que liga o Terminal do Cujupe à Baixada Maranhense
Governador Carlos Brandão ter enviado efetivo policial para o local para tentar intimidar manifestantes que recebem apoio da população

A precariedade da rodovia MA-106, que liga o Terminal do Cujupe ao município de Santa Helena, ando por Bequimão, Peri-Mirim e Pinheiro, motivou caminhoneiros a anunciarem uma manifestação com bloqueio total da via, previsto para as 23h deste domingo (8). A informação circula em grupos de motoristas e redes sociais, e já mobiliza empresas do transporte alternativo e moradores da região da Baixada Maranhense.
Considerada uma das principais vias de o terrestre entre a Baixada e a Ilha de São Luís, a MA-106 apresenta trechos com buracos, desníveis e pontos praticamente intransitáveis. Em alguns casos, o percurso de cerca de 30 km chega a levar mais de uma hora para ser concluído. Motoristas relatam prejuízos mecânicos, atrasos em entregas e riscos no transporte de pacientes.
Segundo informações apuradas pelo portal G7 Maranhão, os organizadores do protesto afirmam que a decisão pelo bloqueio ocorreu após várias tentativas frustradas de diálogo com o Governo do Estado. “O governo Carlos Brandão fez promessas, mas nada foi cumprido. A estrada continua intransitável”, disse um dos líderes do movimento, sob anonimato.
Empresas de transporte alertam ageiros
Empresas do transporte alternativo, como a Beto Transportes, divulgaram comunicados orientando ageiros a evitarem viagens pela região durante a manifestação. A MA-106 é a principal ligação entre os municípios da Baixada e o terminal de ferryboat do Cujupe, o que pode comprometer o tráfego de ageiros e cargas.
Nos comunicados, as empresas também cobraram providências da Secretaria de Infraestrutura e da empresa Edeconsil Construções, responsável por serviços de manutenção na rodovia. Há questionamentos sobre a aplicação de recursos públicos, diante da persistência dos problemas na estrada.
Reação do governo
Fontes ligadas à organização do protesto informaram que equipes da Polícia Militar foram enviadas ao local. A presença dos policiais foi interpretada por manifestantes como tentativa de intimidação, aumentando a tensão na região. “Queremos soluções, não repressão”, declarou uma das lideranças do movimento.
O protesto tem recebido apoio de moradores locais, que também enfrentam dificuldades relacionadas à má conservação da rodovia e à irregularidade nos serviços de ferryboat — que têm registrado atrasos, cancelamentos e aumento de tarifas, sem melhorias visíveis na qualidade.
Reivindicações
Entre as principais demandas dos caminhoneiros estão:
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Recuperação emergencial e duradoura da MA-106;
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Transparência nos contratos de manutenção da rodovia;
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Prioridade para cargas perecíveis no embarque nos ferryboats;
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Regularização e melhoria dos serviços prestados pela EMAP (Empresa Maranhense de istração Portuária).
A manifestação reflete a insatisfação acumulada com a gestão estadual na área de infraestrutura e transportes. “Pagamos caro por um serviço ruim e ainda somos tratados como criminosos quando exigimos nossos direitos”, afirmou um caminhoneiro que participará do ato.
Expectativa por posicionamento político
Nos bastidores da Assembleia Legislativa, há expectativa de que deputados governistas se posicionem sobre o protesto. Em ocasiões anteriores, manifestações semelhantes foram classificadas por aliados do Palácio dos Leões como “atos políticos”. Desta vez, a repercussão popular pode dificultar esse tipo de narrativa.
Enquanto isso, viaturas da polícia já se encontram no terminal de Cujupe. Portal G7 recebeu imagens das viaturas do choque.